“Eu tenho uma coisa pra usar na minha formatura, que é o dia mais importante para mim, e eu não posso usar porque ele simplesmente não foi desenhado para o tipo de pessoa que eu sou.” A frase é de Joana Angélica Guimarães da Luz, reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), que tem evitado usar os tradicionais chapéus conhecidos como capelos em formaturas da instituição. O motivo é que o acessório, muitas vezes, não se encaixa sobre todos os tipos de cabelo, especialmente o de pessoas negras. 

A declaração está em um vídeo que faz parte de uma campanha lançada pela marca de cosméticos Vult, do grupo Boticário. O movimento foi batizado de #RespeitaMeuCapelo e propõe o redesenho do acessório. 

A campanha tem um vídeo com a Professora Dra. Joana Angélica, primeira reitora negra de uma universidade no Brasil, com ex-universitárias que não conseguiram usar capelos em suas formaturas e agora estão recriando suas fotos. 

A ação criou quatro versões de capelo. O primeiro, pensado para pessoas com cabelos com dreads ou trançados, tem estrutura rígida frontal e maleável através de um lenço para amarração. 

Modelos de Capelo
Modelos de Capelo (Crédito:Reprodução)

O segundo foi desenhado para usar com longos coques, turbantes ou penteados altos, e tem uma abertura circular no topo. O terceiro foi pensado para quem tem cabelos volumosos, crespos ou cacheados, e conta com pentes para fixar. Por fim, o quarto se encaixa em qualquer cabelo ou penteado, com uma estrutura passadeira na abertura para fixação.

Feita em parceria com a empresa Dendezeiro, a ação estima produzir 1.000 unidades para as formaturas previstas no segundo semestre das instituições Zumbi dos Palmares e UFSB. Mas a Vult diz que os designs dos novos capelos serão disponibilizados para todas as universidades que quiserem reproduzi-los.